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Como não perder o talento da sua empresa para a concorrência?

Por Fábio Bandeira de Mello – www.administradores.com.br

Toda empresa busca um líder que saiba otimizar as tarefas e alavancar os resultados da organização. “As características do profissional com esse perfil são: possuir habilidade para trabalhar com equipes multifuncionais, ter senso crítico, possuir espírito empreendedor, saber agregar valor a sua organização todos os dias e ser um solucionador de problemas e dificuldades”, afirma o consultor em gestão, Gutemberg de Macedo.

Entretanto, o profissional com esse perfil de liderança está cada vez mais disputado, as empresas buscam atraí-lo através de propostas financeiras mais vantajosas e promessas de uma melhor ascensão na carreira. Dessa forma, é fundamental que as empresas que já contam com esse tipo de profissional procurem meios para que seus líderes não acabem indo para a concorrência.

O www.administradores.com.br conversou com Wilson Roberto Lourenço, sócio-diretor da Compass, consultoria que atua há mais de 10 anos em desenvolvimento humano e gestão de pessoas, que relatou a importância da valorização dos líderes por parte das empresas. Confira.

O que as empresas podem fazer para reter os seus talentos diante de propostas de concorrentes?

O importante não é buscar alternativas somente quando surge o problema. As empresas – e seus líderes – devem gerar diariamente todo tipo de conexão. O funcionário não pode ter somente o vínculo financeiro. Tem que existir inúmeros outros vínculos ou conexões entre ele, a empresa e seu líder. Quando o vínculo/conexão é somente financeiro, qualquer outro motivo o atrairá para a concorrência. Entende-se por vínculo ou conexão, uma comunicação aberta, transparente; feedbacks constantes; valorização do funcionário e de suas contribuições; perspectivas de crescimento, etc. Por outro lado, não havendo essas conexões, será difícil negociar sua permanência na empresa. Em casos mais críticos, iniciar um processo de ‘leilão’ para retenção do talento.

Como evitar que haja transferência de know-how?

Evitar é impossível. Se estivermos tratando com pessoas onde seus valores pessoais são altamente questionáveis, não há formas de garantir a transferência do know-how. Por outro lado, a empresa deve ser criteriosa na escolha de seus colaboradores, selecionando pessoas éticas, com princípios morais e profissionais. Dependendo do tipo de know-how que estamos tratando, as empresas têm seus esquemas e metodologias que garantem a manutenção de seu conhecimento. Certamente se você investiu fortemente no desenvolvimento de um funcionário e, por qualquer razão, ele saiu da empresa, ter segurança que o conhecimento adquirido nessa empresa não será disponibilizado em futuros trabalhos, isso realmente não dá para controlar.

Que tipo de incentivos e treinamentos as empresas podem oferecer para manter o profissional no seu quadro de colaboradores?

Em relação aos benefícios, tem que ter pelo menos os planos básicos que todas as empresas fornecem. Se você quer se diferenciar e atrair pessoas diferenciadas, você tem que ter planos diferenciados. Que atendam o perfil do funcionário e do mercado em que atua. Tem que investir maciçamente em seu desenvolvimento, oferecer oportunidade de crescimento e, principalmente, ter um modelo de gestão com as características abordadas na pergunta um.

Qual a nova estratégia usada pelos RH’s para reter estes talentos?

Conhecer seu público e ajustar suas políticas às necessidades e desejos do público considerado talento. Ter uma cultura que compreende, aceita e gerencia públicos diferentes com políticas diferentes. O discurso sobre igualdade de direitos é muito bonito ouvir, mas na prática muitas vezes não funciona. O RH tem que ter flexibilidade e maturidade para criar esse modelo e, principalmente, competência para sensibilizar e treinar os gestores para se apropriarem dessa filosofia de gestão. Não é uma tarefa somente de RH. Mas cabe a ele suportar seus líderes no entendimento e preparação para gerirem esse modelo.