Por Natasha Fogaça
Época de Copa do Mundo, o assunto em todos os cantos é sempre o mesmo: futebol. E o que podemos observar nas quatro linhas além do toque de bola e a habilidade técnica dos jogadores? Por exemplo, toda equipe tem um líder em campo, o capitão. De imediato podemos observar que hierarquicamente ele se equivale a todos os outros jogadores, não sendo necessariamente superior em poder, mas tem autoridade, que não é adquirida com a braçadeira, e sim, por sua experiência e sua habilidade. Na verdade, ele é uma referência para os demais, sendo sua indicação como capitão, um reconhecimento de seu trabalho por seus companheiros.
E qual a importância da existência de um líder em campo? O capitão está ali para coordenar os esforços de todos, dentro da estratégia delineada pelo técnico (esse sim, tem hierarquia e poder de decisão). Além disso, como já mencionado, ele é um exemplo, suas atitudes esportivas, influenciam o comportamento dos demais. Vale observar que em nenhum momento o capitão dita regras e se coloca em posição de destaque em todas as jogadas, pelo contrário, ele joga em sua posição, respeitando a formação da equipe.
Outro fato interessante é que o título de capitão é rotativo, atendendo às necessidades da equipe naquele momento do jogo. Por exemplo, se o técnico acha que o capitão não está bem, e decide substituí-lo, o capitão sai e passa a braçadeira para outro, que também tem o respeito da equipe e pode tranquilamente exercer autoridade. Importante ressaltar que o substituto da liderança também foi preparado previamente para assumir essa responsabilidade. E o técnicos, em sua maioria, apesar de seu poder, costumam dar autonomia para os jogadores em campo, no sentido de que, mesmo com o esquema tático pré-estabelecido, se o jogo seguir em direção diferente, os jogadores podem (e devem) decidir qual o melhor posicionamento e a postura a ser adotada para atingirem o resultado.
Diante desse panorama, fica a sugestão para as equipes de qualquer organização: o líder é um membro da equipe como os demais, o que o destaca é o seu conhecimento e experiência, atributos que lhe conferem respeito independentemente de sua indicação ao posto. E para o líder fica a dica de que ele não tem ser o destaque em todos os projetos, tem que atuar como sempre atuou, mas atento aos detalhes para acompanhar e direcionar o trabalho dos colegas.
Outro alerta fica para os gerentes e diretores: sejam como os técnicos, estabeleçam as estratégias “com” a equipe, e não “para” a equipe, e quando eles estiverem em campo, ofereçam autonomia porque eles são capazes, e caso alguém esteja destoando, que sejam feitas as alterações necessárias, sem imposição, porque a linha de frente é capacitada, e só eles sabem o nível do adversário que estão enfrentando. Além disso, os líderes não devem temer a mudança e se acharem insubstituíveis, devem preparar um substituto, porque ele é humano, e nem sempre poderá estar presente, o que não minimiza sua importância perante o time.
Parafraseando James Hunter (“O Monge e o executivo”), o líder deve servir, assim como o capitão faz com sua equipe. Um princípio simples, aplicado com eficácia no futebol, mas que as organizações têm dificuldade de aprender.