Por Flávia Furlan Nunes, InfoMoney
Quem está prestando vestibular ou ingressando no mercado de trabalho deve atentar para uma área promissora: a de compliance. Pouco conhecida, ela tem se tornado cada vez mais importante para as empresas brasileiras.
Não é à toa, já que sua função nada mais é do que “zelar para que a empresa e seus funcionários, no exercer de suas atividades, não infrinjam normas, sejam estas internas, como políticas da própria organização, ou externas, como regulamentações emanadas por órgãos autorreguladores”, nas palavras da economista e advogada associada da Trench, Rossi e Watanabe Advogados, Anna Lygia Costa Rego.
No início, as atividades da área de compliance estavam dissolvidas nos departamentos jurídicos, de controladoria e outros. Porém, depois de escândalos corporativos que ocorreram no início de 2000, começou a se ressaltar a importância de uma área voltada à fiscalização maior da companhia.
Multidisciplinaridade
A formação para a área é interdisciplinar, sendo comum a presença de advogados e administradores. Porém, dependendo da empresa, podem trabalhar profissionais que sejam especializados no respectivo tipo de indústria.
“Por exemplo, na área farmacêutica, formados em Farmácia, na área de construção civil, engenheiros; em áreas ligadas à saúde, médicos. Não há um requisito básico de titulação, por outro lado, requer-se uma disposição para conhecer os diversos segmentos da empresa, seus processos de trabalho e os riscos inerentes àquela atividade”, disse Anna Lygia.
Além disso, é necessário que o profissional atuante em compliance tenha a motivação para propagar princípios de melhores práticas na organização. Para isso, deve haver um esforço didático e também cultural.
Remuneração
Em relação ao salário da área de compliance, Anna Lygia disse que, dependendo do setor e do cargo, ele pode ser competitivo e as chances de acensão, relevantes, uma vez que normalmente esta área se reporta para altos executivos da empresa.
Uma pesquisa realizada pela Sert (Secretaria Estadual do Emprego e Relações de Trabalho do Estado de São Paulo), em parceria com a Fipe/USP (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), revelou que os diretores de compliance recebem um dos salários mais altos do estado de São Paulo.
A remuneração média desses profissionais é de R$ 15.219, menor apenas do que o salário médio recebido por um geneticista (R$ 23.472). “Sem dúvida, trata-se de uma opção de carreira que vem se sofisticando”, declarou Anna Lygia.