O movimento dos protestos conseguiu muitos adeptos por todo o Brasil, mas quais as características de líderes e liderados?
Por: Marcus Borel
No decorrer dos últimos dias vemos quão grande é o poder da influencia sobre o ser humano e de modo fantástico como a mesma serve de motor motivador.
O Brasil atravessa uma fase de grandes manifestações públicas. Mas os problemas que estão sendo enfrentados pela população já existem há anos, a situação era e é algo tradicional, nada de novo em nosso país; todavia, as manifestações iniciaram-se de forma pequena e digamos tímida, até implodir em uma das maiores de toda a história nacional e divulgada por todo o mundo.
Mas o que levou as multidões á irem para as ruas? Como ecoou o grito por toda uma nação?
Não quero aqui levar em conta o aspecto politico/social e sim desenvolver o lado psicológico. Todo o ser humano é dotado de capacidade, coragem e poder de decisão; mas na maioria das vezes essas características não são utilizadas em sua totalidade. Em via de regra, isto é claramente exemplificado quando encontramos um determinado agrupamento de pessoas; se em um grupo de quinze pessoas, catorze concordam com um determinado ponto e apenas uma pensar contrário, se deixarmos esta por último a ponderar sua resposta, ela finalizará dando o mesmo ponto de vista dos demais, ou seja, existirá uma conformidade com o grupo. Esse exemplo é praticado pela maioria dos seres, nas diversas organizações existentes seja igrejas, escolas, empresas… Conformar é tomar a forma de algo, é aceitação de um estilo, de ideias, de projetos de um determinado meio. Isto é muito estudado na psicologia social, segundo Allport (a melhor definição até hoje encontrada) psicologia social designa-se como a ciência que tenta “compreender e explicar como os pensamentos, sentimentos e comportamento dos indivíduos são influenciados pela presença atual, imaginada ou implicada de outros”. Isso é confirmado por Howard Gardner em seus estudos sobre a teoria das inteligencias multiplas, onde o fator ambiental é fundamental para o desenvolvimento das mesmas.
Partindo destas primícias, encontramos dois grupos de pessoas, os influenciados e os influentes, ambos dotados de capacidades, mas existe um diferencial que transporta as pessoas de um lado para o outro, chamado autoconfiança.
De um lado os influenciados necessitam de ter alguém como referencia, conseguem se desenvolver, criam a coragem quando tem alguém ao lado, na maioria dos casos, o desenvolvimento familiar e social sufocou e intimidou o desenvolvimento da liderança nestas pessoas. Preferem viver uma vida no anonimato e sem riscos aos lugares expoentes passiveis de assumir os seus erros e as respectivas responsabilidades. O medo é o maior obstáculo para o crescimento de profissionais em uma empresa, medo de errar e perder o emprego, de ser avaliado e não compreendido ou recompensado; receio de expressar suas ideias e os argumentos contrários vencerem os seus, enfim, falta a autoconfiança para poder externar pensamentos, sentimentos e viver na totalidade desenvolvendo as capacidades próprias.
Do outro lado uma minoria, os influentes que naturalmente são lideres nas empresas, igrejas, movimentos e em diversos outras segmentos. Gostaria de destacar algumas características deste grupo:
A proatividade é eminente neste grupo, a antecipação e consequente responsabilização por suas ações e escolhas, assumindo riscos e automaticamente o louvor das decisões que são tomadas é fator fundamental para um líder. Antever problemas e mensurar possíveis saídas ajuda na tomada de decisões mais rápidas.
Automotivação é a mola propulsora que faz com que as ideias saiam do campo “virtual” e se transformem em atitudes. O desejo interior de querer ser melhor, de poder fazer mais, de novas conquistas faz com que o líder saia da zona de conforto e atinja níveis maiores. Os grandes expoentes não permaneceram no mesmo compasso dos demais da mesma função ou de um segmento. Quer ser melhor? Trilhe por caminhos difíceis; todos conseguem o trivial, então, busque soluções inovadoras; faça do desafio uma arma para a automotivação.
Determinação. Os grandes líderes tem um grande senso de proposito, sabem onde querem chegar e muitas vezes, quando necessário, sabem mudar a rota para contornar obstáculos e atingir o objetivo traçado, conseguem manter-se alinhados com o que foi preestabelecido não deixando que as dificuldades limitem o alvo. Quanto mais longo o projeto, maior a probabilidade de menor êxito, neste caso, a determinação de um líder mantem aceso o foco.
Equilíbrio emocional é determinante para os momentos cruciais, utilizando da assertividade como ferramenta de liderança e ponto de desequilíbrio em uma negociação ou reunião. Nesta característica o líder utiliza bem da expressão corporal e do tom de voz para maior afirmação do proposto e para uma possível reação necessária. Esse equilíbrio reforça o poder de decisão.
Em síntese, imaginaríamos muitas pessoas com boa parte destas características, e outras mais, o segredo esta na pratica, transformar pensamentos em atitudes.