Para os bons funcionários – aqueles agregadores de valores diversos – não existe crise. Eles frequentemente estão sendo aliciados por outras instituições, principalmente pelas concorrentes, e nem sempre saem para ganhar maior salário. Existem vários aspectos que os fidelizam às organizações onde trabalham.
Muitas empresas ainda acreditam que a retenção do colaborador está associada exclusivamente a uma política robusta de remuneração e benefícios, o que de fato contribui muito, mas não de forma determinante.
A retenção do funcionário na organização é muito mais simples e mais fácil do que se imagina e pode ter custo zero, considerando que o preponderante é o comportamento da organização para com seu colaborador.
Se o funcionário se sente inserido e valorizado no contexto organizacional dificilmente ele sairá para outra arriscando perder esta condição, infelizmente, pouco habitual no mundo corporativo.
Nestes 36 anos de atuação em Recursos humanos, dentre estes muitos em seleção de pessoal e outros tantos em gestão de carreira, pude enumerar como principais motivos alegados pelos profissionais para se manterem no emprego os seguintes:
- Relacionamento respeitoso na organização, independente de gênero, raça, e condição sócio cultural e econômica do funcionário;
- Coerência entre o discurso e prática dos dirigentes;
- Liberdade de expressão e feedback sincero sobre sua atuação;
- Cumprimento de contrato;
- Perspectivas de evolução na carreira, principalmente para os jovens;
- Senso de justiça e profissionalismo no ambiente de trabalho;
- Infraestrutura adequada para o desenvolvimento do trabalho.
Como se pode perceber, os aspectos apontados, exceto o último, não têm custo financeiro para empresa, apenas implementação da vontade de construir uma cultura organizacional ética e justa o que além de fortalecer a imagem institucional, como dizem os contadores um “valor intangível”, ainda elimina despesas desnecessárias de demissão, contratação, treinamento, dentre outras, o que é muito salutar em tempo de crise.
Então, pense nisto e busque identificar se a rotatividade dos funcionários é causada por alguma destas questões e mãos à obra.
Margarida Silva – Psicóloga, diretora da Muito Mais Seleção, especialista coaching e vasta experiência em gestão de RH e carreira.