Por Redação, do Na Prática
A definição de liderança nunca foi estática e, no século 21, é mais importante, cotidiana e colaborativa do que nunca; descubra como se tornar um líder e fazer, de fato, a diferença.
O que é liderança? A definição varia de acordo com a época, mas sua importância nunca foi maior. Entenda tudo sobre o tema!
O que é liderança?
Assim como o conhecimento humano, que se expande todos os dias, a definição de conceitos sobre o que é liderança também está em constante atualização.
Hoje em dia, o líder é um agente de mudanças, alguém capaz de impactar tanto sua própria realidade quanto a realidade dos outros através do protagonismo e da execução.
Pessoal e profissionalmente, liderança significa saber quem você é, o que quer e como traçar planos para atingir seus objetivos, o que exige autoconhecimento como base e ferramentas e conceitos (que explicamos ao longo desta matéria) que o ajudem a estruturar seus planos.
Ao se tornar um líder, você também ganha a capacidade de motivar a si mesmo, a chamada autoliderança, e a chance de moldar o futuro que quiser.
É capaz de criar e seguir seu próprio direcionamento de carreira e colocar-se numa trilha profissional que lhe traga satisfação pessoal, gere resultados concretos e tenha impacto positivo em qualquer setor de atuação.
Em resumo, saiba que um bom líder não se preocupa com seu status ou sua fama de liderança.
Preocupa-se principalmente com o que pode criar, como pode melhorar seus resultados e a si mesmo, como pode motivar e inspirar as pessoas ao seu redor – e é uma prática diária.
Como pensar como um líder
Locus de controle
O que está por trás do desenvolvimento de um líder – e do que é liderança, de fato – é, principalmente, sua maneira de pensar e ver o mundo e sua capacidade de executar e se responsabilizar por suas ações.
E existe um termo psicológico especificamente para isso, o locus de controle, que determina como a pessoa encara e reage aos acontecimentos (bons e ruins) da vida.
Funciona da seguinte maneira: quem tem locus externo de controle procura respostas do lado de fora: o que aconteceu comigo foi sorte ou azar, imprevistos ou chance, e por aí vai. Aqui, você é o coadjuvante da sua história.
Já pessoas com locus interno de controle naturalmente associam o que acontece ao seu próprio esforço, mérito e competência. Se algo está errado, elas pensam: o que posso fazer para reverter essa situação?
Um locus de controle interno fortalecido reforça o protagonismo, a capacidade executora e o sentimento de dono – e, portanto, a liderança.
Abaixo, você aprende como desenvolver seu locus interno de controle:
Tire ideias do papel: aprenda a fazer um plano de ação
Se você quer traçar um caminho num mapa, precisa saber onde está e onde quer chegar, certo?
A lógica do plano de ação é a mesma. Ele funciona como um mapa cronológico para a conquista de objetivos de todos os tipos, incluindo aqueles mais difíceis ou complexos.
Passo 1: Elabore o plano de ação do princípio
Comece pelo começo e não pelo final: estipule recursos, tempo e dinheiro necessários antes de colocar a mão na massa rumo ao objetivo.
Passo 2: Saiba estratificar
Este plano é uma sequência cronológica das ações necessárias para atingir um certo objetivo.
Para que dê tudo certo, é importante que você quebre grandes tarefas em pedaços menores, como degraus, que serão a base do planejamento, um momento que é chamado de “estratificação”.
Por exemplo, quer estudar na França mas não fala francês?
Aprender francês é, portanto, uma tarefa fundamental do seu plano de ação, que você pode quebrar, por exemplo, em três passos: pesquisar escolas, escolher entre um curso mais ou menos intensivo e matricular-se até o dia X.
Isso torna a conquista mais factível tanto do ponto de vista objetivo como subjetivo – não parece tão assustador agora, certo?
Passo 3: Não apenas pense, rabisque!
Não importa se é em um arquivo de computador ou em uma folha de papel: torne seu plano de ação real e tire-o da sua cabeça.
Defina o ponto A (onde você está) e o ponto Z (onde quer chegar). Em seguida, complete o espaço entre os dois pontos com as tarefas estratificadas no passo anterior.
Algumas podem ser simultâneas e outras, cumulativas.
Colocar tudo no papel vai deixar essa sequência mais clara, lógica e concreta.
Passo 4: Saiba medir seu progresso
Acompanhar seu progresso é um aspecto vital para não perder a motivação.
E podem ser, sim, pequenos passos, pequenos progressos e pequenas comemorações – quem manda no seu plano de ação é você!
Para medir o progresso em si, estabeleça alguns guias: quanto dinheiro você pode investir? Quem são os responsáveis pela execução de cada tarefa? Quais são os prazos?
Assim, você também saberá quando estourou seu orçamento, onde estão os gargalos e o que está indo bem.
A importância da liderança para ascender na carreira
Demonstrar atitudes de liderança no trabalho – baseadas em protagonismo e capacidade de execução – também é benéfico.
O profissional consegue enxergar mais claramente quais são os níveis que existem em seu ambiente, o que ele deve fazer para concluir suas responsabilidades da melhor maneira possível e o que é preciso para avançar.
6 níveis de liderança
Segundo Ram Charan, consultor de gestão e autor do best-seller Pipeline de Liderança, um modelo de desenvolvimento de liderança adotado por grandes empresas ao redor do mundo, líderes passam por seis níveis profissionais.
Começam como gerentes de si mesmos e então passam, nessa ordem, a gerentes de outros, gerentes de gestores, gerentes funcionais, gerentes de negócios, gerentes de grupo e gestores corporativos (o cargo mais alto, como um CEO).
O que muda entre um nível e outro?
Cada novo estágio de liderança exige tipos de habilidades, gerenciamento de tempo e valores de trabalho que precisam ser adquiridos.
No primeiro nível, por exemplo, um líder gerencia a si mesmo e executa suas próprias tarefas da melhor maneira possível. As habilidades necessárias são aquelas que levam à excelência do trabalho e sucesso, nesse momento, é fazê-lo bem.
No segundo nível, quando passa a gerenciar outros, o líder precisa descobrir quais são as mudanças comportamentais necessárias (como aprender a motivar e se comunicar claramente com a equipe, por exemplo) e definir o que é sucesso naquela etapa (como medir o desenvolvimento da equipe?) para que continue agregando valor ao seu papel.
Quando uma organização segue o fluxo natural desse canal, os conhecimentos e vivências em relação à liderança se acumulam e o líder se torna cada vez mais abrangente.
Faça cursos de liderança
Desenvolver ou fortalecer atitudes novas exige esforço – quantas vezes você já não largou um artigo, vídeo ou algo difícil pela metade? –, e um curso estruturado ajuda bastante a mantê-lo motivado.
A Fundação Estudar oferece dois cursos de liderança presenciais, que acontecem em diversas cidades brasileiras: o Liderança Na Prática 32h e o Liderança na Prática 16h.
As cargas horárias são diferentes – e nada impede que você comece pela menor e faça a versão maior depois! –, mas o modelo de liderança oferecido é o mesmo.
A metodologia foi criada pela própria Fundação Estudar e é baseada nos sete valores da organização: Sonho Grande, Legado, Execução, Conhecimento Aplicado, Protagonismo, Integridade e Gente Boa.
O objetivo do curso, que é facilitado por jovens voluntários e por membros da Fundação Estudar, é justamente ajudar os participantes a desenvolverem atitudes protagonista e aumentar sua capacidade de execução.
Ao longo de um mês, que separa os dois módulos do curso de liderança, o participante ainda pode colocar o que aprendeu em prática e dar o “salto” que escolheu durante as discussões.
Invista em autoconhecimento
A Fundação Estudar também oferece duas versões de seu curso de autoconhecimento: o Autoconhecimento Na Prática, que é presencial e acontece em diversas cidades brasileiras, e o Autoconhecimento Na Prática Online, que você pode começar quando quiser.
O curso é dividido em três eixos: autoconhecimento (relembre sua história e quem você é), propósito (o que te motiva e o que não te motiva, que marca você quer deixar) e autodesenvolvimento (que potencializa os aprendizados e resulta num plano de desenvolvimento individual).
Além dos cursos, a Fundação Estudar também disponibiliza três testes gratuitos de autoconhecimento:
#1 Teste de valores
Valores são um conjunto de crenças pessoais que guiam nossas escolhas e avaliações e também influenciam nossa satisfação profissional no médio e longo prazo.
Quando trabalhamos em uma empresa que os compartilha, ficamos engajados – e vice-versa. Ao entender quais são seus valores, você está mais bem preparado para entender sua compatibilidade com diversas oportunidades profissionais.
#2 Teste de estilo de trabalho
Você já deve ter percebido que estilos e culturas de trabalho podem mudar muito entre uma empresa e outra.
Ao entender qual é seu próprio estilo de trabalho – se prefere algo mais informal, orientado para resultados, estável etc. –, você também pode entender em que ambientes estará facilmente alinhado, o que se traduz em uma adaptação mais rápida e uma menor rotatividade.
#3 Teste de personalidade
Este modelo de teste de personalidade traz 5 atributos que se mantém razoavelmente estáveis no longo prazo: extroversão, agradabilidade, diligência, estabilidade emocional e curiosidade intelectual.
É uma medida muito útil na hora de entender seu alinhamento com funções e tarefas específicas de cada trabalho, já que assim você consegue entender melhor se prefere trabalhar em grupos ou sozinho ou como lida com pressão, entre outros insights.
Liderança jovem: onde atuar?
É possível desenvolver suas atitudes de liderança em qualquer idade, dentro ou fora de uma posição remunerada.
Na época estudantil, isso fica ainda mais fácil através de movimentos estudantis, empresas juniores e outras iniciativas do tipo onde jovens têm um grau alto de autonomia e responsabilidade.
Há, por exemplo, a AIESEC, Movimento Empresa Júnior (MEJ), Choice, IEEE Brasil e Enactus, todas empreitadas nacionais.
Além disso, vale a pena pesquisar o que existe (e o que pode ser criado!) dentro de cada instituição como ligas universitárias, centros e diretórios acadêmicos, conselhos universitários e associações atléticas.
Para quem já se formou, há organizações como Vetor Brasil, Fundação Lemann e Ensina Brasil, que oferecem formação de liderança para quem participa de seus programas.
Para quem procura projetos voltados para a liderança feminina há o Impulso Beta, que busca impulsionar carreiras femininas e tem dois programa de lideranças, e o Technovation Brasil, parte de um grupo internacional que incentiva meninas a se interessarem por exatas ainda na escola.
Se você se interessa por alguma área ou causa, pesquise as organizações que já existem. Boa parte delas aceita embaixadores!
Competências e talentos essenciais para a liderança, segundo Daniel Goleman
Um dos psicólogos mais famosos do mundo é Daniel Goleman, especialista em ciência comportamental, inteligência emocional e teorias de liderança.
Ele acompanha de perto – e escreve uma série de bestsellers – sobre o tema, apontando tendências e pontos de atenção para ambos executivos estabelecidos e jovens talentos.
Para Goleman, o mundo está prestes a passar por um período turbulento no mercado de trabalho – devido principalmente à automação, à globalização e aos desejos diferentes da nova geração –, mas as características fundamentais de um líder continuarão as mesmas.
“A liderança depende da mobilização de habilidades humanas. Sempre dependeu. Sempre dependerá”, escreveu.
Com isso em mente, o acadêmico compartilhou as competências e talentos essenciais para a liderança:
4 talentos essenciais para a liderança
- Motivação
Vá além de suas próprias ambições e abrace objetivos maiores, investindo tempo e trabalho para melhorar sua performance continuamente. Egoísmo não funciona.
- Curiosidade
Esteja aberto a novas experiências e informações e sempre peça feedback sobre sua performance, incluindo quais são seus pontos fortes e pontos que pode melhorar. Mostre que está aberto a mudanças e quer aprender.
- Engajamento
A liderança acontece quando o entusiasmo se espalha através de uma visão persuasiva, da habilidade se conectar com as pessoas emocional e racionalmente e da paixão pelo que se faz.
- Determinação
Seja capaz de lutar para conquistar objetivos difíceis, assuma desafios complicados e recupere-se depressa de contratempos.
8 competências para a liderança
- Orientação estratégica
Significa ser capaz de pensar analiticamente e criar uma estratégia.
- Insight de mercado
Entender o mercado e o negócio.
- Orientação para resultados
Ter vontade de atingir resultados através de melhorias constantes avaliadas por métricas.
- Impacto no consumidor
Paixão por agradar consumidores e clientes.
- Colaboração e influência
Trabalhar bem com outros e ser capaz de influenciar também aqueles que não estão sob sua gerência.
- Desenvolvimento organizacional
Desenvolver fortalezas para a empresa ao recrutar, reter e desenvolver jovens líderes.
- Liderança de time
Construir times vencedores.
- Liderança transformacional
Liderar o caminho rumo a novos objetivos.
Feedback: a chave para melhorar suas habilidades de liderança
Às vezes. por estarmos muito imersos no que fazemos e em nossos próprios sentimentos e emoções, vale a pena pedir a opinião de terceiros sobre uma ação, resultado ou comportamento nosso.
É o chamado feedback, que nem sempre é agradável mas é frequentemente útil – e muito valioso para quem quer se desenvolver como líder.
E o que fazer com a opinião dos outros quando ela chegar? Descubra:
Passo 1: Agradeça
O primeiro passo após receber um feedback, é agradecê-lo.
Mesmo que tenha sido algo crítico ou que você discorde e seu impulso reativo seja outro, resista: um feedback é um presente que pode torná-lo uma pessoa ou profissional melhor ao te dar insumos para reflexões.
Passo 2: Reflita com calma
Em seguida, dê um passo para trás. Tente ver a informação não como um julgamento sobre você como pessoa, mas uma visão de você num momento. Não leve para o lado pessoal.
Isso é especialmente importante quando o feedback traz algo que você discorda e, portanto, já está preparado para deixar de lado.
Analise tudo com calma. Faz parte do processo.
Passo 3: Refaça seus passos
Depois vem a parte importante: pense profundamente sobre o que aquilo envolve.
Então você deixou centralizou responsabilidades num trabalho em grupo? Não conseguiu entregar as coisas no prazo? Está desmotivado e isso atrapalha seu rendimento?
Pense nas raízes de suas ações e também reações a esses comentários.
Em todo caso, vale o exercício de se imaginar tendo agido de outras maneiras para praticar, sem pressão, outros caminhos mentais.
Isso vale tanto para feedbacks positivos quanto negativos: sempre há espaço para melhorar.
Afinal, estamos sempre aprendendo novos comportamentos e jeitos de encarar desafios!
O que um grande líder tem, segundo um especialista de Harvard
Em Harvard, Ronald Heifetz é figura carimbada quando se fala de liderança: ele fundou o Center for Public Leadership em 2000, quando já tinha duas décadas de experiência no assunto.
Para ele, ser um líder não basta. É a prática contínua, em todo e qualquer nível organizacional, que faz a liderança existir.
É esse o raciocínio por trás do conceito de ‘liderança adaptativa’, de sua autoria, que exige atenção constante para mudar de rumo e ajustar as velas sempre que for necessário.
Uma de suas principais lições? Autoridade e liderança não precisam caminhar juntas.
O que um grande líder tem?
Ronald Heifetz: Coragem, um profundo senso de propósito e a capacidade de aprender publicamente. Isso significa não ter vergonha de aprender em público e entender que o trabalho adaptativo exige tentativa e erro – e encorajar outros a fazerem isso também.
Que características terá o líder do futuro?
Coragem, capacidade de parar para refletir no meio da ação – o que exige disciplina psicológica e emocional – e uma paixão por fazer a diferença no mundo, não apenas avançar nele.
Para ser líder, é preciso ter autoridade?
É fundamental distinguir entre liderança e autoridade.Podemos desenvolver pessoas, jovens ou não, para que pratiquem a liderança sem autoridade.
Não são apenas os empreendedores que irão liderar ao começar novas organizações, mas também as pessoas que começarem a liderar do lado de dentro ou de fora, fazendo com que a mudança suba pela hierarquia e se espalhe nas quatro direções.
Como um líder pode empoderar outros?
As pessoas em posições altas devem fazer as melhores perguntas ao invés de oferecer todas as respostas – e encorajar e proteger as pessoas que fizerem as perguntas difíceis.
Liderança Nível 5: o conceito de Jim Collins que mostra a importância da humildade
Um dos grandes clássicos entre livros de negócios é Empresas Feitas Para Vencer, de Jim Collins.
O que torna um líder excelente, para ele, não é questão de gênio, personalidade ou carisma, mas de a unidade pessoal.
“O líder que faz a empresa se tornar excelente tem um espírito de servir – a uma causa, empresa, meta. São pessoas ambiciosas, incansáveis”, disse.
Após analisar a liderança dentro de diversas organizações, incluindo sucessos e fracassos estrondosos, ele classificou líderes em cinco níveis em termos de habilidades principais: nível 1 (tem habilidades individuais), nível 2 (de equipe), nível 3 (de administração) e nível 4 (de liderança).
Humildade é chave
Já o líder nível 5, considerado o melhor de todos pelo pesquisador, reúne todas essas habilidades e adiciona uma essencial: a humildade.
São líderes preocupados em fazer com que seus projetos avancem sem eles e não por causa deles.
Para isso, precisam desenvolver uma cultura corporativa forte e sentimento de dono entre seus funcionários – que são sempre valorizados –, além de preparar sucessores para que o legado continue a ser construído sem sua presença.
Quer exemplos de líderes famosos que praticam esse estilo de liderança? Pois bem, não há.
Eles são tão discretos, explica Collins, que 99% são completamente desconhecidos do público – mas sem dúvida admirados por seus funcionários.
5 dicas para aplicar esse estilo de liderança no dia a dia
Não é preciso ser CEO de uma grande empresa para ser um líder nível 5.
Mesmo num trabalho de faculdade ou em uma organização pequena, você pode se esforçar para genuinamente motivar a equipe e levá-la ao topo junto com você – sem alardes e de maneira humilde, sempre disposto a ouvir e aprender.
Abaixo, elencamos algumas atitudes cotidianas que podem ajudar a formação de um líder excelente:
- Escutar diversos pontos de vista antes de tomar as decisões
- Valorizar a tarefa de cada membro da equipe para chegar aos resultados (e demonstrar essa valorização)
- Chamar para si a responsabilidade de algum fracasso da equipe, mesmo que a “culpa” não seja do líder
- Evitar falar de si próprio nas reuniões e palestras e utilizar exemplos de outras pessoas da equipe
- Dar o exemplo de humildade em cada atitude
Fonte: https://www.napratica.org.br/o-que-e-lideranca-e-por-que-e-importante-para-carreira/