Por O Cérebro Melhor, www.cerebromelhor.com.br
Estima-se que as características neuroplásticas do cérebro humano influenciam mais de 100 bilhões de células nervosas ao longo da vida
Por mais de quatro séculos foi comum pensar que nossos cérebros se desenvolviam somente durante a infância e depois se tornava inflexível ao longo da vida adulta, dando uma falsa sustentação ao velho ditado “não se pode ensinar truques novos a um cachorro velho”. Na verdade, muita coisa muda no cérebro ao longo da vida, e como resultado da própria atividade. Pesquisadores continuam a provar que essa teoria defasada não está correta e fornecem provas de que o cérebro humano pode se alterar através de estímulo mental, ginástica cerebral e novos aprendizados.
Neuroplasticidade, ou plasticidade cerebral, é a capacidade de reorganização do cérebro conforme o uso, ou seja, a capacidade de remapeamento das conexões das nossas células nervosas – processo que nos ajuda a continuamente aprender. Ela se refere à maneira do nosso cérebro agir e reagir à medida que experimentamos uma mudança em nosso ambiente ou desenvolvemos uma habilidade.
Estima-se que as características neuroplásticas do cérebro humano influenciam mais de 100 bilhões de células nervosas ao longo da vida. Quando nós usamos nosso cérebro de novas formas, criamos novos caminhos para comunicação neural. Mesmo quando adultos, o que aprendemos e ao que nos adaptamos ao longo da vida reorganiza nossos neurônios existentes. Portanto, a neuroplasticidade é o que nos permite aprender, memorizar e adaptar através da experiência com o mundo a nossa volta.
Na famosa pesquisa da Dra. Joenna Driemeyer sobre os efeitos cognitivos no aprendizado de malabarismo, ela e a equipe de pesquisadores concluíram que “a mudança qualitativa (como por exemplo, o aprendizado de uma nova tarefa) é mais crítica para o cérebro mudar a estrutura do que o treinamento contínuo de uma tarefa já aprendida”. Ainda, descobertas recentes em neuroplasticidade estão abrindo caminho para tratamentos de lesões e doenças neurológicas, algo que até recentemente era inexplorado por causa da falta de evidência sobre neuroplasticidade.
Como o cérebro custa caro em termos de energia e nutrientes, faz sentido que seus recursos sejam desviados para aquelas funções que são usadas de maneira bem-sucedida. Como resultado, quanto menos se usa uma função cerebral, pior ela fica, ao mesmo tempo que quanto mais se usa o cérebro em um tipo de atividade, melhor ele é capaz de realizá-la. Por isso a atividade mental rica e variada, com a prática das mais variadas funções cognitivas, é importante: para manter todos os circuitos ativos e saudáveis, prontos para o uso.
Lembre-se que exercitar o cérebro é tão importante quanto exercitar o corpo.