Por: Ana Meira
A liderança é um dos temas organizacionais que mais me chama atenção. Não só a minha, visto trata-se de tema que possui de vasta bibliografia.
Ser líder, sem sombra de dúvidas, é uma tarefa desafiadora. Tão desafiadora que nem todas as pessoas que se enveredam por esse caminho conseguem se sustentar nessa posição.
Por outro lado, existem aquelas pessoas que obtêm resultados extraordinários, não só em termos numéricos como também junto às suas equipes e, além disso, são queridas, admiradas e não é exagero dizer que são amadas, não só como líderes, mas como pessoas.
Observando esses dois polos opostos, questiono-me sobre quais tipos de comportamentos levam a resultados tão diferentes.
Não tenho uma pesquisa realizada em termos acadêmicos, mas minha experiência de quase 15 anos em Recursos Humanos me permite dizer, sem muito “achismo”, que o divisor de águas entre uma gestão bem sucedida ou não está na maneira de fazer a gestão das pessoas.
É óbvio que toda Organização vive de resultados e, fazendo o desdobramento, todo profissional também se sustenta através dos resultados apresentados. Entretanto existem formas e forma de consegui-los.
Falo assim porque ainda é possível observar, mesmo nos dias atuais, líderes que se comportam como feitores. Eles ordenam o que deve ser feito e quando acontece um erro mínimo punem com penalidade máxima. O resultado? É possível que consigam, por um curto período de tempo, bons resultados, mas apenas numéricos e por algum tempo, não por muito. Esse tipo de gestão não cola mais nos dias atuais.
Tem trecho de uma música do Geraldo Vandre, Disparada, que diz: “Porque gado a gente marca tange, ferra, engorda e mata. Mas com gente é diferente…” Ele tem razão! As pessoas gostam de ser tratadas como gente, pessoas de carne e osso, que tem sangue correndo nas veias, um coração batendo no peito, emoções e sentimentos e que, sobretudo, sonham, desejam e querem ser reconhecidas por um trabalho bem feito, pelas suas realizações. E se porventura errarem – e todos erram, mesmo os mais bem treinados, preparados e intencionados – querem ser corrigidas com educação e respeito. Salvo as exceções, e essas devem ser tratadas como tal, as pessoas trabalham para acertar, ninguém quer errar. O simples fato de errar para alguns já é, por si só, a maior das punições.
Gestores que se comportam assim são desagregadores, lideram pela força e em suas equipes reinam o medo e a insegurança. Sem falar que os profissionais não ficam muito tempo em suas equipes, tão logo conseguem uma oportunidade no mercado vão a procura de lugares melhores para trabalhar.
Como criam aversão na equipe, não conseguem o comprometimento e a dedicação do time. Os seus funcionários podem até não atrapalhar abertamente, mas também não farão nada além do que pode ser feito, e o pior, podem até criar uma forma de boicote.
Por outro lado, observo que os líderes que colocam as pessoas em primeiro lugar, respeitando-as e as valorizando, buscando o resultado com as pessoas e não através delas, recebem de volta o comprometimento e dedicação que se convertem em resultados. Pois, em muitas situações, essas equipes fazem além do que é preciso e do que são pagas para fazerem com o intuito retribuir o cuidado prestado por seus líderes.
O que acabei de relatar parece tão simples e fácil de fazer, mas não foi percebido por muitos como um valor.
Os líderes perspicazes entendem isso e saem na frente buscando estratégias para criarem um ambiente motivador e propício para um bom trabalho e, consequentemente, bons resultados.
Para ser um bom líder, antes de tudo você precisa gostar ou aprender gostar de gente. Não basta apenas ter noções de processos, finanças, conhecimento técnico e gestão empresarial. O verdadeiro líder precisa ser, antes de tudo, um agregador, um facilitador e, o mais desafiador, um profundo entendedor da natureza humana. Pois o resultado de um líder vem da soma dos resultados das pessoas da sua equipe.
Pense nisso! Pense também em que tipo de líder você quer ser e que resultados você quer obter.
Além do mais, levando para um lado de valores ainda maiores, acredito muito que a nossa função nesse mundo deve ser de facilitar a vida das pessoas, de crescer e contribuir com o crescimento do outro. Nesse sentido, o líder está em uma posição privilegiada para atingir esse propósito.
Desejo-lhe sucesso!
Ana Maria da Silva Amorim Meira
Psicóloga, Pós Graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, Consultora de Recursos Humanos e Coach