Por Caio Cesar Santos
Faça o que eu digo, mas não o que eu faço!
Esta semana terminei de ler um livro muito interessante chamado “MetaManagement: o sucesso além do sucesso” de Fred Kofman. Dentre tantos pontos de vista inovadores, um deles me chamou a atenção: a esquizofrenia organizacional. É impressionante como é poderosa nossa capacidade de nos adaptar a situações onde chegamos a beira da esquizofrenia em nossa vida pessoal e profissional.
Você conhece alguma empresa que tenha o discurso moralmente correto de seus gestores, mas na prática a coisa é bem diferente?
Kofman cita alguns exemplos bem interessantes do mundo corporativo:
o Faça seu supervisor pensar que você não tem problemas, mesmo se os tiver;
o Assuma riscos, mas não erre;
o Mantenha os outros informados, mas oculte os erros;
o Diga a verdade, mas não traga más notícias;
o Trabalhe em equipe, mas lembre-se que o que realmente conta é seu desempenho individual;
o Expresse suas idéias com autonomia, mas não contradiga seus superiores;
o Seja criativo, mas não altere os procedimentos tradicionais;
o Prometa somente o que possa cumprir, mas nunca diga “não” aos pedidos do seu superior;
o Faça perguntas, mas nunca admita ignorância;
o Pense no sistema global, mas só se preocupe com os resultados da sua área;
o Pense a longo prazo, mas só se preocupe com a obtenção de resultados imediatos;
o E a principal: aja como nenhuma dessas regras existisse!
Podemos falar sobre a esquizofrenia social, política ou corporativa, mas apenas como forma de entretenimento ou para nos sentirmos vítima de um processo fora de nosso controle.
Isto explica muito sobre a nota divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) alegando que depressão, ansiedade e transtornos mentais serão as doenças mais comuns no mundo nos próximos 20 anos, afetando mais que outros problemas de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.
A melhor saída para mudarmos nossa realidade pessoal é avaliar as crenças que sustentamos sobre nós mesmos (autocrítica), relacionamentos, trabalho, dinheiro, saúde, família etc e identificarmos o que está criando comportamentos desalinhados. Esta falta de alinhamento entre nossas palavras e ações é a causa primeira do sofrimento individual. Perceber isto é um passo importante em nosso processo de mudança!
“Um homem enxerga no mundo o que ele carrega no coração” .:. Goethe
Que tal buscarmos exemplos pessoais de incongruência?
o Respeite o livre arbítrio das pessoas, mas sempre dê sua opinião;
o Entregue-se e confie em seus relacionamentos, mas deixe um pé atrás para não sofrer;
o Incentive as pessoas para serem independentes, contanto que elas obedeçam às suas vontades;
o Assuma responsabilidade por suas escolhas, mas se errar martirize-se bastante;
o Fale a verdade, contanto que atenda a seus interesses;
o Acredite em seu potencial, mas sempre tenha os planos B, C e D;